15.2.14

Terrorismo no Brasil existe sim !!!

A morte de Santiago é a prova disso

Autor: Eduardo Imbuzeiro da Fonseca

      Ha algum tempo venho dizendo, ao me referir aos protestos cada vez mais violentos no Brasil, que tudo isso me fazia lembrar á época dos anos de chumbo nesse país. Os confrontos entre manifestantes, ou vândalos, e a polícia, mostrava que existia algo além do simples protesto por passagens de ônibus ou por melhoria na vida das pessoas.

      Embora a grande maioria dos participantes fosse pacificamente para as ruas, alguns grupos, tentavam criar um estado de confronto só comparável aos finais dos anos 60 e inicio dos anos 70.

      A grande diferença é que, naquele tempo, estávamos enfrentando um dos períodos mais negros de
nossa história e a reação à tudo aquilo, não seria jogando flores nos militares.

      Hoje, embora essa corrupção toda, temos ainda uma democracia e armas, das mais diversas, para combater tudo isso. Nesse momento atual, não cabem atos tão violentos.

      Sempre achei que esperavam o surgimento de um " mártir". Que a polícia despreparada, truculenta, iria em algum momento matar um manifestante e ai, o caldeirão iria explodir...

      Os mais antigos lembram de Edson Luis, rapaz morto pela policia militar em março de 1968, quando estudantes do Rio de Janeiro estavam organizando uma passeata relâmpago para protestar contra a alta do preço da comida no restaurante Calabouço.

      Por volta das 18 horas, a Polícia militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do complexo. Os estudantes se abrigaram dentro do restaurante e responderam à violência policial utilizando paus e pedras. Isso fez com que os policiais recuassem e a rua ficasse deserta. Quando os policiais voltaram, tiros começaram a ser disparados do edifício da Legião Brasileira de Assistência, o que provocou pânico entre os estudantes, que fugiram.

      Os policiais acreditavam que os estudantes iriam atacar a Embaixada dos Estados Unidos e acabaram por invadir o restaurante. Durante a invasão, o comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís com um tiro a queima roupa no peito. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, chegou a ser levado ao hospital, mas também morreu.

      Temendo que a PM sumisse com o corpo, os estudantes não permitiram que ele fosse levado para o Instituto Médico Legal (IML), mas o carregaram em passeata diretamente para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde foi velado.

      Edson foi o mártir e, sua morte, marcou o início de um acirramento do confronto entre policiais e não só estudantes, mas também a população indignada.

No caso atual, o tiro saiu pela culatra. A morte do jornalista Santiago Ilídio Andrade, fez a população se revoltar contra esses grupos. O pior é que corremos o risco de necessitarmos de mobilização, pois o cenário continua péssimo, e não termos muito mais pessoas que se arrisquem a ir para as ruas....       

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