20.2.14

Segurança pública é ter saúde social

Autor: Essência Amálgama
 O paradigma da segurança pública começa a dar os seus primeiros passos para que possa ser compreendido em uma dimensão mais ampla que não se resume meramente a esfera policial administrativa ou judiciária, afinal, tal dispositivo também engloba diretrizes que seguem na linha da saúde, educação, emprego e renda e infra- estrutura de qualidade, entre outras instâncias do aparato social. Certamente a estrada é longa, realidades grotescas como é o fato de existirem em cidades como Salvador crianças entre nove e doze anos somando de dois a três homicídios com uso de pistola .40 afirmam que ainda há muito que caminhar.

Mas, também o fato de surgirem dentro das próprias corporações tanto civil como militar, nas diversas figuras hierárquicas que a compõe indo do soldado ao capitão até fazer com que se chegue ao coronel à fomentação de uma nova perspectiva de formação na academia, buscando combater essa visão
estereotipada do que significa ser policial. Bem como na esfera civil com uma greve nacional ocorrida no dia 04 de dezembro de 2013, ainda que tenha sido de apenas 24h, para fazer pensar como tem funcionado essa estrutura e propor mudanças ousadas tal qual a proposta de horizontalização dos cargos indica que esses passos mesmo que lentos e com pés pesados começaram a serem dados.

Além disso, com a implantação da justiça restaurativa ainda que engatinhando, com a discussão sobre políticas públicas amparadas nas convenções internacionais especialmente de direitos humanos, delegados, juízes, procuradores e especialistas em segurança pública começam a discutir e ampliar os horizontes do significado desse dispositivo, para que futuramente se lancem ao diálogo com as demais instâncias que o

  Isso não significa propor ao policial a ilusão romântica de assumir o papel de herói e salvador da pátria, mas humanizar e implicá-lo no significado e impacto de sua conduta, o que não quer dizer que as operações especiais realizadas pelas outras esferas deixarão de existir, nem que a ação repressiva será findada, afinal ainda somos uma sociedade violenta, os altos índices contra mulher, criança, adolescente, idoso e etc. demonstram tal realidade. Contudo, serão operações especiais, intervenções pontuais e não cotidianas e disseminadoras de mais violências, no dia-a-dia estará a policia ostensiva atuando com ênfase sobretudo na prevenção.
Certamente essas idéias parecem figurar como utopia, entretanto, o fato de estarem distantes de se efetivarem em sua totalidade uma vez que se faz notório a demanda por um processo de profunda e complexa mudança, não a torna menos factível, prova disso é que os primeiros passos estão sendo dados, é o nascer no presente mesmo que acanhado de uma revolução. Compõem somando forças a fim de ampliar o foco de investimento se tornando uma real demanda social que não fique a mercê da vontade política que varia de mandato para mandato. Na prática, em um exemplo simples, isso significa policiais que palestram em escolas na presença solicita de professores, porque a representação da sua função será alargada para além da repressiva, indo em direção à prevenção, assimilando um caráter pedagógico a sua atuação a qual possui um valor muito mais amplo do que atualmente lhe é dado, conquistando quem sabe uma equiparação ao status social que é legado a figura do bombeiro por exemplo.

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