23.3.14

Drogas - A família e o Dependente Químico



SAIBA QUE : A FAMÍLIA PODE AJUDAR O INDIVIDUO A LARGAR AS DROGAS OU TER CONTRIBUÍDO PARA O INICIO DE SUA DEPENDÊNCIA.

É muito comum o indivíduo experimentar o álcool ou qualquer tipo de droga em função do relacionamento familiar.
A falta de atenção e amor dos pais para com o indivíduo, as constantes discussões entre os pais, a agressão familiar, a falta de compreensão, as regras e normas impostas (muitas vezes de forma excessiva), o excesso de liberdade, os locais e pessoas com aos quais os pais se relacionam, o excesso de cobrança de resultados nos estudos e no trabalho, o excesso de mimo, o uso de álcool e drogas dos próprios pais, são fatores que normalmente fazem com que haja fuga do indivíduo para grupos sociais onde a droga e o álcool são as "soluções dos problemas".
Muitos pais dão ao jovem ou adolescente a condição de tomar as suas próprias decisões e se comportarem da maneira que pensam com relação ás pessoas e a tudo o que o mundo oferece. Porém se esquecem, que o adolescente ou jovem é imaturo, ainda não conseguiu formar opinião própria e se deixam facilmente serem influenciados por opiniões e atitudes de outras pessoas, espelhando-se em indivíduos que aparentemente são felizes agindo de forma de que tudo pode, tudo convém e nada lhes é proibido.

Os pais devem tomar muito cuidado com relação á liberdade atribuída aos filhos, ela não pode ser demais, porém também não pode ser de menos, A conversa franca, honesta e muito diálogo, são fundamentais no desenvolvimento dos adolescentes e jovens. Os pais devem formar as opiniões dos filhos, caso contrario outras pessoas a formarão, e pode ser que seja um traficante ou usuário de drogas, ladrão, pedófilo, prostituta, estuprador, desocupado, delinquente, alcoólatra, etc.
Hoje infelizmente dentro de nossas casas é comum ter bebida alcoólica, é comum os filhos verem os pais se divertindo bebendo em festas, viagens, churrascos, encontro familiar ou com amigos. A cabeça de uma criança diante dessa situação associa que o álcool é bom, pois os pais estão sempre alegres e felizes quando bebem, daí a curiosidade de experimentar e quando vai se dar conta já é um alcoólatra.
Outros pais totalmente desinformados têm o habito de levar seus filhos á bares, acostumando-os desde pequenos ao ambiente do bar, e o que se aprende de pequeno se põem em prática quando adulto.
Alguns pais até chegam a molhar o bico da chupeta de crianças em cervejas, aguardente ou vinhos, em champanhe em festas de fim de ano, despertando desde a infância a disposição do indivíduo a fazer o uso do álcool.
Muitos pais quando descobrem que seus filhos estão fazendo o uso de drogas ou bebendo demais, normalmente condenam os filhos, chegando até a agredi-los verbalmente e fisicamente, mas se esquecem que tudo isso começou do incentivo que eles "os próprios pais" deram á seus filhos durante a sua infância.
É também comum, jovens iniciarem o uso de álcool e drogas após separações de seus pais, o jovem não entende a separação, assimila um sentimento de perca, do pai ou da mãe, se sente solitário, desprotegido, triste, infeliz, angustiado, depressivo, rejeitado, e assim fica vulnerável, buscando consolo e apoio na sociedade externa, amigos de escola, trabalho, lazer, porém na sua condição deplorável não é aceito no grupo de pessoas alegres e felizes, mas é aceito no grupo dos derrotados, e uma vez no grupo dos derrotados, se torna também um.
No mundo em que vivemos onde o individualismo prevalece, ás pessoas perderam a intenção de viver em pró do bem comum, tornando-se egoístas, orgulhosos, materialistas, amantes do dinheiro e do poder. E é essa a educação que em muitos casos o jovem/adolescente recebe de seus pais. Nessa educação os valores da família não são preservados, os valores do bem comum muito menos, a educação religiosa é esquecida e os jovens/adolescentes se frustram com o ser humano, pois devido à imaturidade não compreendem os verdadeiros valores da existência.
Os jovens/adolescentes desde cedo dentro mesmo de sua própria casa percebem que a paz, a harmonia e o amor não são tão primordiais como o sucesso financeiro e materialista, ficando assim devido a sua fragilidade expostos a tudo o que o mundo lhes oferece.
É importante ressaltar que uma educação religiosa ajuda e muito a compor uma personalidade positiva para cada indivíduo, pois tudo que é ensinado dentro de uma igreja é de grande proveito pessoal, familiar e social, pois os verdadeiros valores de amor, humildade, caridade, perdão e paz são revelados pelos ensinamentos religiosos.


COMO A FAMÍLIA PODE AJUDAR A RECUPERAR O DEPENDENTE:

Em primeiro lugar com amor.
Trazer o dependente para o amago da família, se mostrar preocupado com ele, mostrar que entende que a sua dependência não é por falta de caráter, mas sim que é uma doença, que não tem cura, porém tem como estacioná-la e controlá-la.
Evitar brigas e discussões na presença do dependente, tais situações geram emoções e sentimentos negativos onde o álcool e as drogas se tornam o caminho mais curto para a fuga de tais emoções.
Não expor o dependente a situações e lugares onde haja a presença de álcool e drogas, pois á vontade ou fissura na maioria das vezes se torna incontrolável.
Se tiver bebidas alcoólicas ou drogas em casa joga-las fora o mais rápido possível.
Procurar nas roupas e objetos pessoais reservas de drogas ou bebidas, que possam levar o individuo a fazer o uso em sua própria casa.
Nunca comprar bebidas ou drogas para o dependente. Algumas famílias para manter o dependente em casa e livrá-lo de ambientes perigosos compra a substância para o mesmo. Isso é comum acontecer, porém muito, mas muito errado mesmo.
Não acreditar que a crise de abstinência que o dependente esta tendo é insuportável, pois não é, ela passa, demora mas passa. Apenas no caso do Álcool e da Heroína há risco de uma crise muito forte, porém a melhor maneira de resolver é levando o dependente ao hospital mais próximo, com medicação logo se controla a crise de abstinência.
Ajudar o dependente a controlar a sua vida financeira, pois o dinheiro facilmente induz ao uso, pois se torna bem mais fácil beber e usar drogas com dinheiro na mão.
Os assuntos de ordem pessoal que trazem desconforto e constrangimento não devem serem lembrados á todos os instantes, mas sim a família deve de alguma maneira procurar resolvê-los com sabedoria.
Caso o dependente chegue tarde em casa, não adianta deixá-lo para fora, pois, no momento isso não ajudará em nada, é melhor deixá-lo entrar e no outro dia quando o mesmo estiver sóbrio conversar com ele, sugerir acompanhamento em Grupos de Auto - Ajuda, ajuda médica e se necessário for internação.
A principio nenhum dependente aceita ajuda, pois não admite que perdeu o controle sobre o uso da substância, ele sempre diz "eu paro a hora que quero". É preciso mostrar o quanto ele tem perdido e quanto mais ainda pode perder, e em alguns casos é necessário que a família ajude a colocar o dependente no fundo do poço, pois somente assim ele aceitará ajuda.
O dependente não se apega aos prejuízos materiais e financeiros, mas se apega demasiadamente ás pessoas que o cercam e mostram o seu amor por ele, mesmo que ele não demonstre, para o dependente perder a esposa, filhos, os pais, etc., é muito doloroso, em muitos casos essas percas influenciam o dependente a buscar ajuda e recuperação.
Importante saber que o dependente também não se preocupa muito com a sua saúde, tanto é que não tá nem ai para ela. Argumentar sobre a saúde não ajuda muito o dependente, mas argumentar sobre as percas familiares sim.
Tentar afastar os maus amigos e os amigos influentes (no negativo) do dependente ajuda muito, aproximar os amigos e familiares mais íntimos que não bebem nem usam drogas também é ponto muito favorável.
Cuidado com a auto – piedade do dependente, isso é normal, se colocar na condição de coitado, para alcançar mais atenção dos familiares, porém não aprove esse comportamento, pois ele não é favorável á recuperação.
Informar-se se ele tem contato direto com álcool e drogas na escola ou no trabalho, se tiver induza-o a mudar de escola e se preciso for sair do trabalho também, pois é melhor ficar desempregado sóbrio do que empregado e usando drogas, pois mais hora, menos hora, também perderá o emprego.
Através de conversa descobrir a intensidade da relação afetiva que o dependente tem com a droga ou o álcool, ele precisa perder ou diminuir essa relação, mostrar ao dependente que para viver bem e ser feliz não é necessário usar drogas ou beber.
Alguns dependentes acham que não conseguirão deixar o uso, cabe também à família provar o contrário, através de incentivos á recuperação acompanhando o dependente nos grupos de auto-ajuda, médicos e se caso houve internação acompanhar o tratamento o melhor possível.
É muito difícil o dependente se recuperar sem a ajuda dos familiares, pois a dependência nas maiorias das vezes esta relacionada á família, todo familiar de dependente também deve fazer acompanhamentos em grupos de auto-ajuda, para adquirir conhecimento de como se relacionar com um dependente e como não prejudicar o mesmo em sua recuperação.

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA EM GRUPOS DE AUTOAJUDA


Ajuda e muito na recuperação dos dependentes a participação em grupos de auto-ajuda, tanto para o que quer se recuperar como para aquele que já esta na sobriedade e quer mantê-la.
Sem a participação em grupo de apoio, o dependente á medida que o tempo passa, começa a perder o vínculo com a sua recuperação, sem compartilhar com demais dependentes vendo e ouvindo as dificuldades de cada um, começa então a se achar forte o suficiente para se manter sóbrio e começa a se desviar dos propósitos de recuperação, fazendo coisas que pessoas na sobriedade não podem fazer.
Essa acomodação acaba por deixar tempos livres que normalmente são preenchidos por um vazio que depois é completado com atitudes erradas que futuramente levam ao uso de álcool e drogas.
O número de recaídas de dependentes que passam por internação e não dão continuidade em grupos de apoio infelizmente é muito grande, ao contrario daqueles que saem da internação e dão continuidade em seu tratamento no grupo de apoio, assim normalmente permanecem sóbrios.
Outro dado importante com relação a grupos de apoio é o da família que não acompanha o dependente no mesmo grupo. O índice de dependentes que sofrem recaídas após deixarem o tratamento ou internação e que a família não participa do grupo é assustador.
O familiar além de não participar do processo de recuperação do dependente também acaba não tendo conhecimento de como se portar e ajudar o dependente em sua recuperação, fazendo muitas vezes coisas que acabam por levarem o dependente a uma recaída.
A participação do dependente no grupo de apoio serve como termômetro para medir a sua determinação e busca pela sobriedade.
Da mesma forma também sabemos o interesse da família em ajudar o dependente no seu processo de recuperação.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Não é possível o dependente deixar o consumo e viver na sobriedade mantendo o mesmo comportamento que possuía durante o período em que permanecia no uso.
Torna-se totalmente insensato o indivíduo que pensa conseguir parar de usar as substâncias vivendo da mesma maneira que anteriormente.
Os hábitos e costumes, as amizades, os ambientes em que vive devem ser modificados. A princípio, o dependente deve acima de tudo preservar-se á toda e qualquer situação que possa o induzir ao consumo das substâncias de sua dependência.
É praticamente impossível o dependente permanecer na sobriedade vivendo em contato com pessoas que fazem o uso de drogas ou bebidas, o fato de ver as pessoas fazendo o uso o torna totalmente vulnerável, o dependente perde o auto-controle e caso ele não faça o uso naquele instante, provavelmente o fará em outro lugar, pois o raciocínio, daquele momento pra frente fica desestruturado, e não por vontade própria, mas sim devido a sua grande fraqueza (DOENÇA) que o conduzirá ao uso.
Essa mudança de comportamento deve ser de forma radical, e ajudará muito ao dependente começar a praticar atividades ao qual ele não praticava durante o período em que estava no uso das substâncias. Veja alguns exemplos abaixo:
Conviver com pessoas que não fazem o uso das substâncias;
Não frequentar lugares onde pessoas façam o uso das substâncias;
Ter uma melhor convivência familiar;
Praticar esportes (Atenção com os demais participantes);
Não se expor a situações que possam o desestabilizar sentimentalmente e emocionalmente;
Participar de Grupos de Apoio ao dependente (AA, NA, Amor Exigente, Pastorais de Sobriedade, etc.), esta atividade deve ser praticada ao menos uma vês por semana;
Buscar dentro da espiritualidade conforto para suas dificuldades. (Buscar em Missas, Cultos, Grupos de Oração, Grupos de Jovens ou de Terceira Idade, etc.), esta atividade deve ser praticada ao menos uma vês por semana;
Se dedicar a leituras como (Livro de Auto Ajuda, Livros Religiosos, Matérias de Assuntos de seu interesse, etc.)
Fazer passeios em novos lugares em companhia de pessoas sóbrias (Recomenda-se em companhia de algum familiar);
Fazer atividades de lazer sempre onde não haja pessoas no uso;
Dentro dessas mudanças de comportamento é aconselhável que o dependente não saia sozinho por um determinado período a fim de não fazer o uso e consequentemente ganhar forças para continuar na sobriedade.
É aconselhável também que a princípio durante um determinado período o dependente não saia com dinheiro, cheque ou cartão de crédito, pois o dinheiro é uma grande causa de muitas recaídas de dependentes químicos.
OBS: Vale lembrar que a condição de não sair sozinho ou não portar dinheiro não é definitiva, isso é bom utilizar no princípio da sobriedade e a partir do momento em que a sobriedade já estiver bem solidificada, a recuperação se torna rotineira e a vida volta totalmente ao normal. (Sem álcool ou drogas).

Autor: Rogerio Fernando Cozer
Vale lembrar: Seja sempre humilde, caso passe por uma recaída procure ajuda, não deixe que o orgulho seja maior que a humildade, sempre existiu e sempre existirão pessoas que nos ajudarão.
PARA MAIORES INFORMAÇÕES ACESSE:
http://www.alcooledrogas.no.comunidades.net
http://drogasedroga.blogspot.com

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